sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

UMA MENSAGEM PARA O ANO NOVO

Hoje é o primeiro dia do ano de 2010. Já rezei, acendi velinhas e incensos para o meu buda, organizei meus pensamentos para que no ano que entra eu seja uma pessoa melhor. Agora tô aqui fazendo o que ultimamente tenho gostado muito: deitada na minha cama lendo livros e escrevendo um pouco sobre coisas que penso, que quero e que não quero mais.

Nos últimos dez dias de dezembro venho me sentido meio estranha... Mas uma estranheza boa, diga-se de passagem. Finalmente pude clarear e ensolarar algumas idéias, apesar das chuvas ininterruptas e dias cinzentos que sempre influenciaram muito o meu estado de espírito.

E hoje ao acordar e revirar os livros de minha mãe à procura de boas palavras me deparei com um especial que ela me disse ser o seu "livro de cabeceira". Eu já havia lido e sou fã dessa escritora, Marina Colasanti. Então abri em uma página aleatoriamente e para minha surpresa fui presenteada não com boas palavras, mas com a tradução exata do momento que estou vivendo. E gostaria de compertilhá-las aqui no blog para quem quiser ler.

"A verdade é que a maioria das pessoas não é exatamente feliz. O que não equivale a ser infeliz. E aqui precisamos afinal tentar definir, ainda que de forma aproximada e, talvez, involuntariamente nebulosa, o que é a felicidade.

Felicidade não é alegria, embora possam andar juntas. O ser sempre alegre, esfuziante, brincalhão, pode no fundo não ser feliz. E uma pessoa feliz pode, por profunda consciência do mundo e de seus problemas, não ser alegre.

A felicidade, creio, é a proximidade de um conhecimento maior de si e dos outros, a possibilidade de uma maior integração com o universo.

Felicidade e paz interior são irmãs, ou são a mesma coisa, não tenho certeza. E por paz não se entenda o acomodar-se bovino, mas aquela espécie de serenidade que se alcança não ao dominar os próprios conflitos, mas ao conviver plenamente com eles (ou ao aprender a conviver com eles).

Felicidade é, de alguma maneira, sabedoria. Mas há graus de felicidade, assim como há graus de sabedoria, podendo uma pequena felicidade corresponder a uma pequena sabedoria. Por isso a felicidade não é propriamente alegre. Porque o ser feliz é um ser reflexivo, voltado para a compreensão do mundo, que do mundo absorve não só a beleza, como a miséria. O ser feliz é aquele mais generoso, de alma aberta não só para si, como para os outros.(...)

No processo de atendimento e entendimento dos seus desejos, tente sempre manter-se ligada em você mesma, respeitando aquilo que você pensa, em vez de se preocupar com aquilo que os outros vão pensar.

Somos, socialmente, educados para dar "boa impressão" e nossa primeira reação é olhar para o lado e procurar nos outros o efeito dos nossos atos. O mesmo ocorre com a felicidade. Se somos felizes procuramos não demonstrá-lo muito para não despertar "olho grande", e se não o somos cuidamos de escondê-lo atrás de sorrisos automáticos e de falsos "tudo bem". A felicidade plena e a plena infelicidade são assim frequentemente escamoteadas."

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